“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
E se todo o mundo é composto de mudança,
Troquemos-lhe as voltas, que ainda o dia é uma criança!”
(Luís de Camões, cantado e adaptado por José Mário Branco)
Ao pessimismo conformista do soneto original de Camões, José Mário Branco, na sua adaptação dada a conhecer em 1971, sobrepôs uma chamada de atenção para a responsabilidade de todos na tomada de decisões e de ações que permitissem outra(s) mudança(s). E que, dessa forma, cada um, no seio da comunidade, pudesse passar a ser dono do seu próprio destino.
Ainda que num momento e por razões completamente diferentes, também a atual pandemia obriga a profundas e (talvez) permanentes mudanças no nosso modo de pensar, de agir e de estabelecer e viver as relações interpessoais. Cabe, por isso, a cada um de nós a responsabilidade de tomar medidas que possibilitem uma transição e adaptação saudáveis a novas formas de estar e de viver no mundo. Ou seja, e uma vez mais, cabe a cada um de nós aproveitar a mudança, mas “trocando-lhe as voltas” e dela tirando os benefícios possíveis, para todos.