A responsabilização dos cidadãos pelo cumprimento das medidas preconizadas pela DGS, antes mesmo de passar pela promoção da literacia em saúde (e em saúde mental, seguramente), deverá passar pela coerência das mensagens transmitidas e pela sua aplicação, transversalmente, às diferentes estruturas sociais.
A distância de segurança num avião ou num evento de cariz político não é, seguramente, cientificamente diferente da distância de segurança no local de trabalho ou no restaurante. A responsabilização implica, por isso, mensagens claras, concisas e, sobretudo, verdadeiras.
Se a pandemia, e a ameaça a ela inerente, já é suficientemente perturbadora e geradora de dificuldades na nomeação das emoções e dos sentimentos, a sobreposição de mensagens externas contraditórias (e, por vezes, falsas) irá fomentar uma crescente intranquilidade que só pode ser combatida com um pensamento coerente, que acompanhe e contenha.
Desconfinar é, necessariamente e sobretudo, responsabilizar. Todos!