Nas últimas décadas, temos vindo a assistir à promoção crescente de sociedades marcadas pela individualização da relação com o mundo. Num modelo particularmente virado para a satisfação imediata, para a distração e hiperconsumo, há quem receie que a história contemporânea seja dominada pelo não pensamento e infantilismo generalizados.
Teme-se que as pessoas não reflictam e apenas recolham e acumulem dados descontextualizados, sem esforço de interpretação.
No entanto, também é verdade o que nos diz Gilles Lipovetsky: “o apetite de compreender não morreu! A educação, as ciências, as técnicas e a informação relançam incessantemente a capacidade de questionar, recriando a necessidade de apreender o sentido daquilo que vivemos” (2016, p 322).
E esta é uma das ferramentas mais preciosas do homem: a possibilidade de se questionar, de tomar uma certa distância relativamente às suas certezas aparentemente inabaláveis, e exercer a sua liberdade de pensar.