O homem, ao encontrar-se face a uma situação pandémica, encontra-se também com as suas velhas vulnerabilidades. Estas andam agora de mão dada com um risco e perigos reais e concretos. Assim, uma das formas desta vulnerabilidade se manifestar é pela procura ansiosa de uma razão, de uma justificação externas como, por exemplo, teorias da conspiração mais ou menos sofisticadas. Como se, tornando a preocupação localizável e identificável, esta se tornasse mais facilmente dominável e gerível. Portanto, menos angustiante. Uma outra, muitas vezes complementar, expressa-se pela busca de curas rápidas, de preferência indolores e quase mágicas.
Numa época em que o acesso à informação pode ser tão fácil e democrático, quanto não mediado e filtrado, é especialmente importante não deixar que a dispersão de informação mate o conhecimento e a capacidade crítica de a pensar e refletir.