Como não ser enganado pelas estatísticas?

As estatísticas dão-nos uma falsa sensação de segurança, por representarem valores que sabemos resultam de casos concretos e portanto acreditamos nelas muitas vezes de forma inabalável. No entanto, as estatísticas, para além dos desafios de generalização que lhe são inatas, podem ser manipuladas e de transmitidas de uma forma que, apesar de verdadeira, é altamente enganadora. As taxas de mortalidade podem variar de acordo com a forma como são calculadas: relativamente à população em geral, relativamente ao número de infetados ou até relativamente ao número de internados. A forma como estes valores são recolhidos também varia de país para país. Há países que testam mais e têm mais casos, mas isso não significa que a realidade seja mais grave nesse país do que noutro com menos casos, mas que apenas testa casos com sintomas. Por isso, desconfie de gráficos sem legendas, valores, sem origem dos dados e com conclusões generalistas. Compare diferentes fontes e procure sempre ir à procura dos valores originais, disponibilizados pelas OMS e pelas organizações de saúde de cada país.

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Desde 9 de maio, início deste projeto, que os psicanalistas da Sociedade Portuguesa de Psicanálise se envolveram na tarefa de criar pequenos textos, nos quais a vivência subjetiva do momento ganhasse forma em palavras, em pequenos textos de variados ritmos, recorrendo frequentemente à arte expressa por escritores e poetas. Falaram sobre o medo, o tempo suspenso, a morte, a angústia, a esperança, a criatividade, o amor, a solidariedade e o cansaço. Falaram também da violência humana e da injustiça, do sentimento de impotência e de ilusão.
Dia a dia, criaram textos que falavam de si e dos outros, numa procura de sentido e de sentires. Tentaram dar nome à inquietante estranheza que brutalmente nos invadia.
O imenso testemunho de que todo este projeto fala perdurará para além deste momento marcante da nossa história mundial, nacional e pessoal. Para o conjunto dos membros da nossa Sociedade Portuguesa de Psicanálise este tem sido um tempo e um processo de aprendizagem, de coesão, de partilha, de exposição e de transformação, no encontro com o outro, da relação existente e imaginada com o possível leitor.
Este foi um dos projetos em que nos envolvemos por acreditarmos que a Psicanálise pode e deve participar mais activamente na comunidade, nomeadamente, em momentos em que o Ser Humano é obrigado a sofrer e a realizar alterações tão profundas na sua vida.
Falámos de pesadelos e de histórias tranquilizadoras, da criatividade e generosidade humanas e muito, mas muito, do desejo de saber e de participarmos na construção do pensamento e do conhecimento. E não há conhecimento sem verdade, por mais dolorosa que ela seja. Desistir das falsas ilusões é conhecer a realidade e poder criar e lutar por sonhos, ainda que por vezes estes possam parecer utopias.
“Transformar é Viver” significa para nós que Viver é sempre Transformar, mesmo quando não temos consciência de o estarmos a fazer.
Até sempre!

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