As estatísticas dão-nos uma falsa sensação de segurança, por representarem valores que sabemos resultam de casos concretos e portanto acreditamos nelas muitas vezes de forma inabalável. No entanto, as estatísticas, para além dos desafios de generalização que lhe são inatas, podem ser manipuladas e de transmitidas de uma forma que, apesar de verdadeira, é altamente enganadora. As taxas de mortalidade podem variar de acordo com a forma como são calculadas: relativamente à população em geral, relativamente ao número de infetados ou até relativamente ao número de internados. A forma como estes valores são recolhidos também varia de país para país. Há países que testam mais e têm mais casos, mas isso não significa que a realidade seja mais grave nesse país do que noutro com menos casos, mas que apenas testa casos com sintomas. Por isso, desconfie de gráficos sem legendas, valores, sem origem dos dados e com conclusões generalistas. Compare diferentes fontes e procure sempre ir à procura dos valores originais, disponibilizados pelas OMS e pelas organizações de saúde de cada país.