A comunicação oficial das autoridades de saúde está cada vez mais focada no futuro ou em esclarecer dúvidas, pois não há grandes novidades estratégicas para o imediato, nem grandes evoluções da pandemia em Portugal. Hoje houve mais 203 casos e um surto a chamar a atenção, em Tomar, com origem numa fábrica, que regista até ao momento 71 casos positivos. Os contactos destes casos têm sido alvo de inquérito epidemiológico.
Agora que as férias se aproximam para a maioria dos portugueses, a DGS refere que antes de se efetuar uma viagem se deverá informar sobre requisitos da viagem, seja em termos de utilização de equipamentos de proteção individual ou registo de deslocação. As regras que estiveram em vigor durante a Liga de Futebol e que resultaram vão aplicar-se às competições em falta: Final da Taca de Portugal e fase final da Liga dos Campeões.
Obviamente o tema vacina é sempre assunto, e por isso foi esclarecido que, em função da estratégia das populações alvo a cobrir, dos timings em que a vacina vai chegar, em função do desenvolvimento, e quantidades disponíveis determinará escolha da(s) vacina(s).
A abertura dos centros de dia tem estado a ser trabalhada pela Segurança Social e DGS. A abertura de diferentes atividades também é definida pela evolução da epidemia no país.
O ventilador Atena, desenvolvido em Portugal, provocou alguma discussão nos últimos dias, em especial sobre a sua aprovação ou não. Por isso as autoridades de saúde esclareceram que a decisão do Infarmed referente aos ventiladores produzidos pelo CEiiA assenta no princípio da excecionalidade em termos regulamentar, na temporalidade da decisão e nas condições. A autorização é de âmbito nacional e a sua utilização é no âmbito de não-existência de alternativa.
Até ao momento foram tratados, em Portugal, 133 doentes com Remdesivir. Será disponibilizada pela Comissão Europeia quantidade adicional do medicamento mediante alocações aos vários estados-membros.
O uso de máscaras faz parte de um pacote de proteção. Parte desse pacote é o distanciamento social, higiene respiratória e higienização das mãos e superfícies. Utilizar a máscara não implica deixar de cumprir os restantes.
A recomendação do uso de máscara é a de, em determinadas circunstâncias, e sempre que num ambiente fechado não seja possível garantir distância, que estejam muito pessoas, ou uma temperatura ou humidade ideal para a propagação do vírus.
Mantêm-se as atuais recomendações para a utilização de máscaras. Porém, têm de ser bem utilizadas: cobrindo nariz e boca.
As dúvidas e os mitos repetem-se
Se é um dos céticos que, sem qualquer fundamento factual, acha que o uso de máscara enfraquece o sistema imunitário, fique a saber que isso é totalmente incorreto. O uso de máscaras não causa enfraquecimento do sistema imunitário e reduz o contágio através das vias respiratórias superiores dos outros e do utilizador. Neste vídeo da Organização Mundial de Saúde explica-se os diferentes tipos de máscara e em que situações devem ser utilizadas.
Um dos maiores criadores de fake news, Donald Trump tem divulgado a hidroxicloroquina como cura para a Covid-19, mas é incorreto pensar que isso é porque há novos dados que o provam. O Presidente dos EUA partilhou recentemente um vídeo em que uma médica reivindica que a hidroxicloroquina cura a Covid-19, mas não existe cura para a doença, e a eficácia deste medicamento é amplamente questionada pela comunidade científica.
E se põe em causa a fiabilidade dos testes à Covid-19 porque leu que têm uma margem de erro superior a 80%, fique a saber que a afirmação é totalmente incorreta. O Observador analisou a reivindicação que circula em português, argumentando com um caso não comprovado que os testes à Covid-19 têm uma margem de erro superior a 80%. A plataforma de verificação de factos esclarece, no entanto, que a margem é muito inferior e a fiabilidade é próxima dos 100%. E quando são detetados testes com problemas de fabrico, todo o lote deixa de ser utilizado.
Como descartar máscaras usadas gera atenção
Nas últimas 24 horas voltou a crescer significativamente a atenção prestada pelos portugueses aos temas Covid-19 nas páginas de Facebook em Portugal. Com 1200 publicações partilhadas, registaram-se mais de 118 mil ‘likes’, comentários e partilhas, um número significativamente superior aos dos últimos dias. E a disputa pelo primeiro lugar do pódio das publicações com mais interações esteve ao rubro, com a disputa entre uma publicação da Direção-Geral da Saúde, com conselhos sobre a forma de nos desfazermos das máscaras (11330 interações), e a publicação do dia de Camilo Lourenço, em que comenta a discussão da Covid-19 no Parlamento (11307 interações). No terceiro lugar do pódio ficou uma notícia da SIC Notícias, sobre uma nova tecnologia, desenvolvida em Portugal, que permite inativar 99% do vírus que circule no ar num determinado ambiente fechado. Esta informação é aliás repetida noutra publicação do top 20.
No resto desse mesmo top 20, os temas são diversos mas, em termos de interações suscitadas, destacam-se a “notícia” de que as pessoas mais altas têm mais probabilidade de contágio o vírus, e a informação de que a Madeira decretou como obrigatório o uso de máscara em todos os espaço públicos. Referência ainda para as várias publicações da Direção-Geral da Saúde presentes neste top20, evidenciando o bom trabalhado realizado na disseminação de informações úteis sobre a pandemia.
Nos grupos de Facebook dedicados à Covid-19, o tema da tecnologia portuguesa que é capaz de inativar o vírus da Covid-19 também ganhou tração: três das dez publicações mais populares nestes grupos são sobre esse assunto. A “notícia” de que as pessoas mais altas têm mais propensão para serem infetadas também colheu eco nestes grupos. Ao todo, os grupos de acompanhamento da Covid-19 publicaram, durante este período, 68 conteúdos, que geraram 604 interações, entre ‘likes’, comentários e partilhas.
Lay-off continua a estar entre os 20 termos mais pesquisados, em Portugal, no Google, ontem. O termo esteve no top 20 das pesquisas nos 27 e 28 de julho, como consequência das mudanças introduzidas pelo Governo neste regime, e que conta agora com contestação, sobretudo por parte do sector do turismo e restauração.
Galiza, a região autónoma espanhola aparece destacada nas pesquisas, porque é exigido os viajantes provenientes de Portugal e mais cinco das comunidades espanholas que visitem a Galiza que, a partir de hoje, façam um registo com os seus contactos e um conjunto de informações relacionadas com o despiste da Covid-19.