Se em Portugal surgiram 246 novos casos, com a região de Lisboa e Vale do Tejo a concentrar 87% (mantendo o padrão das últimas semanas), os Estados Unidos registaram 60 mil novos casos de infeção por coronavírus, numa pandemia que já provocou mais de 600 mil mortes no Mundo.
Se o assim-assim português é cansativo, em muitas outras partes do Mundo a situação é dramática, e continua a piorar de dia para dia. A Índia registou quase 39 mil novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, um número recorde. A África do Sul é já o quinto país com maior número de casos, a seguir aos EUA, Brasil, Índia e Rússia. E Hong Kong, onde a pandemia parecia controlada há meses, registou mais de 100 casos nas últimas 24 horas, um número diário sem precedentes.
Preocupação com crianças e transportes públicos
Se tem dúvidas se nasceu um bebé em Portugal com Covid-19, fique a saber que a informação é correta. Depois de um caso reportado em França, também em Portugal nasceu um bebé infetado pela mãe durante a gravidez e com sintomas de Covid-19. O bebé francês recuperou sem aparentes consequências registadas. Especialistas destacam que estes casos são a exceção, mas relembram que o risco existe.
Outra questão corrente é se andar de transportes públicos não aumenta significativamente o risco de contágio. O Observador pegou nas declarações do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, a defender que o risco de andar de transportes públicos não é um problema tão significativo no contágio da Covid-19 como publicitado. No entanto, como destaca a plataforma de fact-checking, não há evidências que aumentem o número de infetados, mas também não existe prova contrária. Sabe-se sim que o contágio ocorre mais favoravelmente em espaços fechados com elevada proximidade física, como acontece no caso dos transportes públicos. Destaca-se, por fim, que em qualquer situação seguir as recomendações das autoridades de saúde reduz significativamente o risco de infeção.
E como as crianças são preocupação para todos os pais e educadores, perante a informação de que há mais crianças desaparecidas do que mortes por Covid-19, a dúvida é natural, mas fique a saber que a afirmação é incorreta. A reivindicação circula nas redes sociais e refere-se às crianças desaparecidas nos EUA, mas não esclarece se está a referir-se ao total de desaparecimentos desde sempre ou relativamente a este ano. Este tipo de comparações é sempre falacioso, ainda mais quando não esclarecem que valores estão a comparar. Em Portugal são dadas como desaparecidas 1400 crianças por ano, um valor ligeiramente inferior às mortes por Covid-19 até ao presente, sendo que a grande maioria dos desaparecimentos se resolve, e existe apenas um número muito reduzido de crianças que não é encontrada.
Renato Sanches preocupa portugueses
Nas últimas 24 horas, o tema que mais parece ter despertado o interesse dos portugueses no Facebook foi o facto de o futebolista Renato Sanches ter testado positivo ao coronavírus. Esse tema dá origem à publicação com mais interações (‘likes’, comentários e partilhas) nas últimas 24 horas, da autoria da Sport TV. Mas o tema reaparece várias vezes – de várias fontes diferentes – no top das 20 publicações que mais despertaram ‘likes’, comentários ou partilhas. A segunda publicação mais popular é do jornal regional O Minho e faz referência ao uso obrigatório de máscara na Galiza; e a terceira é da TVI24 e remete para as enchentes nos areais de Monte Gordo, no Algarve. Ao todo, as últimas 24 horas trouxeram 772 publicações sobre a Covid-19, com um total de 79 mil interações.
Nos grupos de Facebook dedicados à Covid-19, o mesmo período de 24 horas trouxe apenas 83 publicações, que geraram 684 ‘likes’, comentários e partilhas. Tanto um como outro são os valores mais baixos registados desde que esta monitorização é realizada. Apenas um tema é repetido no top10 de hoje: a notícia, da edição em inglês do jornal El Pais, de que mais de metade dos pacientes de Covid-19 em Espanha desenvolveram problemas neurológicos.
Um relatório da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, divulgado pelos media, põe Portugal no top 10 dos países da OCDE com pior resposta à pandemia Covid-19. Essa é possivelmente uma das razões pelas quais a expressão OCDE esteve entre as 20 mais pesquisadas, em Portugal, relacionadas com a Covid-19. Portugal encontra-se à frente de países como a Turquia e a Irlanda, mas atrás da Suécia, considerado o pior exemplo no combate à pandemia devido à fraca aposta nas medidas de prevenção. A Espanha, a Bélgica e o Reino Unido ocupam as três primeiras posições, respetivamente, no top dos países com a resposta mais ineficaz ao combate da Covid-19. Pode consultar o relatório aqui.