Tal como na passada semana, também esta começa bem em termos de números de novas infeções por coronavírus em Portugal. Depois dos 135 casos de ontem, apenas 111 hoje. E como este é o menor número diário desde 11 de maio, a esperança que amanhã se fique por esta grandeza é positiva.
Após o “milagre” inicial no controlo da pandemia em Portugal veio o “purgatório” dos números que não baixavam. Ainda não é o “paraíso” que todos desejam, mas sabe sempre bem reconhecimento, como agora aconteceu com a ONU a elogiar cinco municípios portugueses pelas suas políticas na luta contra a Covid-19 e os seus efeitos.
Na Madeira vai passar a ser obrigatório o uso de máscara em qualquer espaço público, e Madrid decreta o mesmo, apesar de ser quase impossível ver alguém nas ruas da capital espanhola sem máscara.
Nos EUA iniciaram-se 30 mil ensaios em voluntários para testar a vacina experimental da Moderna, no mesmo dia em que Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e doenças infectocontagiosas, alerta que alguns estados se aproximam do pico (Florida, Califórnia, Texas e Arizona), mas outros ainda estão em fase de crescimento de casos. Quando no pais já se passou dos 151 mil mortos e 4,4 milhões de infetados, não é o cenário mais animador.
Ainda não há vacina e já há mitos
Se tem dúvidas sobre se a vacina para a Covid-19 vai ser obrigatória, fique a saber que neste momento é impreciso. Ainda não se sabe quando e em que contexto existirá uma vacina, qual o regime da sua aplicabilidade e em que grupos será administrada. Também não existe nenhum plano ou lei de redução de mobilidade ou de consequências criminais para aqueles que não tomarem a vacina.
E se está preocupado com a possibilidade de o fumo da cremação das vítimas de Covid-19 espalhar o vírus, fique a saber que é incorreto. Segundo indicações da Organização Mundial de Saúde, apenas em algumas doenças – nas quais não se inclui a Covid-19 – é necessário um cuidado excecional com o cadáver, nomeadamente nas cinzas e fumos da sua cremação.
E se leu que um naturopata português descobriu um medicamento milagroso que cura a Covid-19, saiba que é totalmente incorreto. O Polígrafo investigou recentemente um vídeo de um naturopata português que reivindica ter tratado mais de 500 pessoas com o medicamento, um tratamento pulmonar antigo, que alegadamente reduz de forma significativa os sintomas e durabilidade da doença. Como destaca a plataforma de verificação de factos, o indivíduo em questão já está a ser investigado por eventual fraude, e não devem ser tomadas substâncias desconhecidas das quais se desconhece a composição e que não estão devidamente autorizadas pelas autoridades competentes.
Todos à espera de uma vacina
Nas últimas 24 horas, o assunto relacionado com a Covid-19 que mais despertou a atenção dos utilizadores do Facebook foi a perspetiva de poder haver uma vacina já no próximo mês de novembro. Quer a página do Correio da Manhã, quer a da CM TV, reproduziram essa notícia otimista e com isso conseguiram os lugares mais alto e mais baixo do pódio, reunindo, no conjunto, mais de 7700 ‘likes’, comentários e partilhas. No lugar intermédio do pódio de hoje surge Rui Moreira, presidente da câmara do Porto, com uma notícia que elogia a cidade nas suas políticas anti Covid-19. Na total, as páginas de Facebook em Portugal partilharam neste período 2120 conteúdos relacionados com a pandemia, que suscitaram dos utilizadores mais de 80 mil ‘likes’, comentários e partilhas.
No resto da tabela das 20 publicações mais populares encontramos mais uma vez referências à inovadora máscara portuguesa, assim como o caso de um gato inglês que testou positivo por causa dos seus donos.
Nos grupos de Facebook dedicadas à pandemia, o mesmo período de 24 horas trouxe somente 39 publicações (o número mais baixo desde que é feita esta monitorização) e 345 ‘likes’, comentários e partilhas. Os temas são cada vez mais diversificados, mas a publicação mais popular continua a ser aquela que faz o balanço do número de infetados e de vítimas.
Genocídio, Moura e Lay off agosto foram as expressões relacionadas com a Covid-19 que estiveram entre as 20 mais pesquisadas em Portugal, no Google, ontem.
Genocídio aparece relacionado com uma queixa, que foi subscrita por mais de um milhão de cidadãos, maioritariamente trabalhadores do setor da saúde, e que deu entrada no Tribunal Penal Internacional, em Haia (Holanda), contra Jair Bolsonaro, por crimes contra a humanidade e genocídio por falhar no combate à pandemia.
A pesquisa por Moura está ligada ao aparecimento de um surto da doença na aldeia de Póvoa de São Miguel, no concelho de Moura (Beja), que ontem aumentou em dois novos doentes, o que eleva para 28 o total de infetados.
Lay-off, expressão já com historial de pesquisas ao longo da pandemia, volta a ser pesquisado, agora por causa do novo regime de lay-off aprovado pelo governo, que substitui o atual regime de lay-off simplificado, e que configura mudanças para empresas e trabalhadores. A partir de agosto, apenas empresas que fechem por obrigações legais podem aceder ao lay-off.